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"É comum vermos nos recintos desportivos um comportamento menos próprio dos pais, quer criticando o treinador, dirigentes ou ameaçando os adversários e árbitros. Esta não é certamente a melhor forma de transmitir valores aos atletas, que observam muitas das vezes estas atitudes com vergonha e se transfiguram. A participação deve ser feita num todo, no incentivo à equipa, ao desportivismo." Vítor Santos - Treinador

 

Uma presença ativa e responsável dos pais na vida desportiva do atleta é indispensável para uma formação cuidada e saudável. Nos tempos que correm a participação dos pais nas atividades dos filhos é frequente. Esta participação é feita a todos os níveis quer seja escolar, social, desportiva ou lúdica.

Para isso devem, tanto os pais como os filhos, sentirem-se agradados com a presença de ambos e não serem motivos de stress. A participação dos pais na atividade desportiva é positiva e tem de ser sempre uma mais-valia, não o contrário. Uma participação negativa, mesmo pontual, tem sempre mais consequências que muitas positivas.

Dar especial atenção à importância da prática desportiva, não só do ponto de vista da promoção de hábitos de vida e de crescimento saudáveis, mas sobretudo da perspetiva da criação de um ambiente positivo no desporto, onde os valores desportivos dentro das quatro linhas estejam sempre acima dos resultados finais da competição.

O papel fundamental que os Pais devem desempenhar junto das crianças, incutindo lhes um espírito de fair play e de respeito pelos colegas, adversários, árbitros e treinadores, e encorajando-os a seguir um código de conduta que os leve a ter prazer na prática desportiva em si.

O triângulo desportivo formado pelo treinador, pelos atletas e pelos pais é inevitável na prática desportiva das crianças e jovens. Nas equipas de competição, os pais devem ser os melhores adeptos da equipa, dar um bom exemplo num relacionamento amigável com os adversários, não devem pressionar ou intrometer-se, mas aplaudir, incentivar, realçar o prazer de fazer desporto e a alegria que é nele participar. Nunca interferir no trabalho do treinador ou alimentar, com elogios fáceis, o aparecimento de atitudes de vaidade, de vedetismos.

 

TRIÂNGULO DA FORMAÇÃO DESPORTIVA

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O treinador e os pais devem ter a noçãode que quebrar qualquer elo de ligação deste triângulo, vai afetar sempre a aresta mais importante (jogador/filho).

 

PAPEL DOS PAIS E SUAS RESPONSABILIDADES

Os pais fornecem apoios indispensáveis: eles oferecem o lanche convívio, servem, quando necessário, de árbitro, conseguem apoios financeiros, entre outras valias. Têm sempre um papel fundamental na criação de um ambiente positivo e na redução dos incidentes de violência, constituindo-se como um importante modelo e referência de bom comportamento através de:

  • Incentivar o fair play / jogo limpo;
  • Respeitar árbitros / juízes, treinadores e adversários;
  • Controlar as suas emoções – evitar o uso de linguagem ofensiva e/ou entrar em conflitos;
  • Seguir um código de conduta;
  • Ajudar os atletas a ter prazer na prática desportiva.

Apoiar e incentivar são as únicas atitudes que os pais devem ter.

 

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CARACTERIZAÇÃO DE TIPOS DE PAIS

PAIS “TREINADORES DE BANCADA”

É muito frequente encontrar este tipo de pais junto ao “banco”, na bancada ou à volta do local da prova, “dando instruções” aos praticantes. Este comportamento pode contrariar as indicações dadas pelo próprio treinador e perturbar o desempenho do atleta e o funcionamento do grupo.

Com tal comportamento conseguem irritar o treinador, os restantes atletas e mesmo os outros espectadores. Passam a vida a tirar notas, a filmar, a analisar o desempenho dos filhos. Revivem todas as provas e competições em que eles participam e apontam aquilo em que eles têm de melhorar. Estes pais devem deixar o treino dos filhos para os respetivos treinadores.

Muitos técnicos e professores queixam-se do aumento no número de “pais helicópteros” – aqueles que pairam (como um helicóptero) sobre as crianças, se envolvem e metem-se demais em suas vidas. Esses pais costumam questionar cada passo do treinador e acreditam que seus filhos são mais importantes que os outros e por isso devem ter um tratamento diferenciado.

Algumas vezes esse comportamento desagradável dos pais deriva de boas intenções.

 

PAIS DESINTERESSADOS

Ausência permanente das atividades desportivas dos filhos. Quando assim não é, estão tão ocupados com as notícias dos jornais e a falar ao telemóvel que não prestam atenção ao desempenho dos filhos. Tais pais devem recordar que um pequeno encorajamento aos filhos ajuda imenso.

 

PAIS SUPER PROTETORES

É mais habitual encontrar esta situação na mãe do jovem. É frequente ouvi-la ameaçar que vai retirar o filho do desporto pelos perigos que ele envolve. Os seus instintos de proteção colocam os seus filhos longe de tudo que os possa magoar. Esses pais enervam-se ao menor tombo ou arranhão de seus filhos, mesmo que isso seja comum e normal na grande maioria dos desportos.

Ou, a superproteção pode ser mais no lado sensitivo e emocional – eles podem reclamar que os filhos estão sendo negligenciados ou humilhados.

 

PAIS QUE GOSTAVAM DE TER SIDO ATLETAS

Vivem os seus sonhos através dos filhos e encaram essa prática como se fossem eles os participantes. Estes pais têm de conseguir eliminar a postura de “ganhar a todo o custo” e lembrar que não são eles que praticam desporto. Não devem descarregar as suas frustrações nos filhos.

Eles lutam com unhas e dentes para que seus filhos sejam colocados em posições de estrela ou revoltam-se se os mesmos forem suplentes ou então se nem foram convocados.

 

PAIS 5 ESTRELAS

Centram a sua atenção no esforço da equipa e não no resultado. Respeitam, agradecem e aplaudem o treinador, aos árbitros/juízes e aos adversários. São apoiantes positivos e têm sempre presente o papel que desempenham quando estão a ver a competição dos filhos.

 

Pensando nisso a EFAT incluiu no Regulamento do Atleta algumas normas de conduta como forma de auxiliar os mesmo no cumprimento dos compromissos inerentes aos seus educandos na vida desportiva do atleta.

CONDUTA DOS PAIS:
  1. Apoiar e acompanhar os educandos nas atividades desportivas (treinos/jogos);

  2. Encorajar o seu educando para um estilo de vida equilibrado entre desporto, escola, atividades culturais e outros interesses;

  3. Valorizar e elogiar, acima de tudo, o esforço (empenho) despendido e os progressos conseguidos (mesmo que ligeiros);

  4. Encorajar e ajudar o educando a respeitar as regras e o espírito desportivo e não valorizar excessivamente os resultados desportivos alcançados (positivos ou negativos);

  5. Promover um ambiente de convívio e de união com os outros pais e, acima de tudo, incentivar o grupo/equipa como um todo;

  6. Evitar pressionar o seu educando sobre ganhar, perder ou marcar um golo;

  7. Não interferir no treino e/ou jogo com indicações que influenciem a tomada de decisão do seu educando ou outros atletas;

  8. Nunca entrar em confronto verbal e/ou físico com qualquer interveniente desportivo, sejam eles, árbitros, treinadores ou pais de equipas adversárias;

  9. Qualquer questão a colocar ao monitor, terá de que ser imperativamente efetuada antes ou no final do treino/jogo, nunca durante as mesmas;

  10. Qualquer esclarecimento de ordem técnica deve ser feito junto do Coordenador Técnico;

  11. Sempre que o atleta não possa comparecer ao treino/jogo ou outra atividade, deve informar o monitor com a devida antecedência;

  12. Garantir o pleno pagamento das cotas e outros custos atempadamente.

 

Os pais devem transmitir aos filhos que estes têm de dar o melhor de si mesmos para superar os obstáculos e não esperar que o adversário fraqueje ou que ocorra uma influência externa. O objetivo pode ser vencer, mas todos temos de ser melhores, de evoluir diariamente.

A criança/jovem tem direito, tem mesmo a necessidade, de sonhar. O crescimento implica várias fases. O sonho está, e deve estar, sempre presente no seu desenvolvimento. O sonho começa a traçar um caminho, estimula a criatividade e abre novos horizontes.

 

- Por: Departamento de Comunicação e Imagem